O Governo apresentou recentemente um pacote de medidas de apoio às famílias, cujo objetivo é fazer face à inflação. Para além dos “famosos” 125€ a pagar a cada cidadão com um rendimento bruto inferior a 2.700 euros brutos mensais, dos 50€ por cada dependente até 24 anos, ou da antecipação nas pensões de velhice, o primeiro-ministro apresentou uma medida que pode ter um impacto bem significativo no mercado de arrendamento. Falo do chamado “travão” ao aumento anual das rendas para 2023.
Aprofundando, as rendas estão normalmente sujeitas a atualizações anuais que, na prática, se baseiam na taxa de inflação. Ora, visto as recentes pressões inflacionistas que vieram certamente para durar, o Governo decidiu limitar os aumentos a 2%, com o intuito de reduzir o impacto para os inquilinos de uma atualização das rendas compatível com a taxa de inflação.
A eficácia desta medida parece estar assegurada para os inquilinos. Contudo, do “outro lado da moeda” estão os senhorios. Muitos deles pequenos investidores, e que na prática asseguram muita da oferta num mercado de arrendamento que teima em não se consolidar.
Pense comigo… imaginemos o caso do João, pequeno investidor imobiliário que, para além da sua profissão, decidiu investir parte das suas poupanças em imóveis. O João começou a dar os primeiros passos nesta área de investimento há cerca de 3 anos, tendo adquirido na altura dois imóveis para arrendamento. O capital disponível permitia-lhe adquirir um imóvel dentro das suas pretensões. No entanto, fez as contas, e acabou por optar avançar para a compra de dois imóveis, recorrendo parcialmente ao crédito para ambos. Na prática, através do recurso a financiamento, alavancou a sua capacidade de investimento, permitindo-lhe adquirir dois imóveis em vez de apenas um.
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